Meirelis sabe muito bem fazer isso. Sabe é até difícil ficar comentando suas tarefas, como na primeira, na segunda também foi fantástica... Ela conseguiu realizar a tarefa com sucesso, foi capaz de juntar os três temas em um conto, confira este e diga: O que sentiu ao ler???
Abri os olhos e pisquei algumas vezes assustada. Tudo ao meu redor estava escuro.
Onde estou?
Percebi que estava sentada em uma cadeira. Meus braços amarrados, e minhas pernas também. Minha respiração começou a ficar pesada, senti o medo pulsar em cada veia do meu corpo. Olhei ao meu redor devagar, com medo do que poderia avistar. Mas a escuridão não me deixava enxergar nem meu próprio corpo.
Mordi os lábios nervosa num ato inútil de conter as lágrimas. Minhas pernas tremiam levemente, mas meu corpo estava travado pelo medo.
Como vim parar aqui?
Uma brisa gelada tocou minha pele levemente, e de repente senti que não estava mais sozinha.
- Argh! - Olhei espantada pros lados, tentando identificar de onde veio aquele gemido, ou murmúrio. Novamente a escuridão não me deixou chegar ao meu objetivo. Senti o gosto de sangue na minha boca, e parei de morder meus lábios, percebendo que estava me machucando.
Respirei fundo e fechei os olhos, resolvi pensar em algo que fizesse sentido. Mas algo estava travando minha mente.
Quem sou eu?
O desespero novamente invadiu meu corpo ao finalmente perceber que não me recordava de nada.
- Olá Lucy.
As luzes se acenderam assim que abri os olhos, me fazendo fechá-los novamente, impedindo a cegueira momentânea.
Quando finalmente abri os olhos, avistei um homem sentado a minha frente, a poucos metros de mim. Olhei em minha volta, e senti um grito preso em minha garganta.
Um homem também preso a uma cadeira estava sem uma das mãos. Olhei chocada, quando percebi que a mão dele estava caída no chão, e o sangue ainda escorria pelo chão.
Ele me encarou pesaroso, e sua face cansada e suja, me fez notar que já havia chorado muito.
Olhei novamente para o outro homem que estava sentado a minha frente, com um sorriso enigmático no rosto, seu olhar duro e frio, me fez sentir... culpa?
Ele me encarou pesaroso, e sua face cansada e suja, me fez notar que já havia chorado muito.
Olhei novamente para o outro homem que estava sentado a minha frente, com um sorriso enigmático no rosto, seu olhar duro e frio, me fez sentir... culpa?
Quem são eles?
- Acredito que não esteja se lembrando querida Lucy, mas não se preocupe. Vou refrescar sua memória. – Ele foi até uma mesa branca, e pegou um controle ligando um retroprojetor que eu só havia visto agora.
Olhei sem entender, a foto que foi exibida. Uma mulher loira com um vestido muito bonito por sinal, se abraçava com um homem de porte atlético.
Ele passou a foto, e na outra o casal estava se beijando. Logo após esta, a mulher estava sorrindo ou rindo de algo que o homem falou.
Olhei mais atentamente, e senti meu coração gelar ao perceber que era eu a mulher das fotos. Olhei aflita para o homem amarrado na outra cadeira, que respirava com dificuldade, era ele o homem das fotos.
Ele passou a foto, e na outra o casal estava se beijando. Logo após esta, a mulher estava sorrindo ou rindo de algo que o homem falou.
Olhei mais atentamente, e senti meu coração gelar ao perceber que era eu a mulher das fotos. Olhei aflita para o homem amarrado na outra cadeira, que respirava com dificuldade, era ele o homem das fotos.
- O que isso significa? – perguntei cautelosa, ao homem que aparentemente havia nos prendido ali. Seria ele algum tipo de maníaco?
- Significa que eu deixei tudo que tinha, em vão. Significa que tudo nesta vida é uma mera ilusão. Significa que o amor não existe. – Suas palavras saíram num misto de dor e revolta.
Respirei fundo, ainda sem entender o que aquele homem dizia.
- Você é louco. Não entende que tudo o que ela queria, era eu que podia oferecer? – Olhei atônita para o homem sem a mão, que falou com arrogância ao que estava em pé.
- Seu maldito! – Congelei no lugar, e senti o pânico paralisar todos os meus sentidos, quando o homem que estava em pé, pegou uma serra, e caminhou determinado em direção ao que estava amarrado.
Tentei gritar, mas não conseguia, tentei me mexer, mas também não conseguia.
- Não! Não! Pare! Não faça isso! ARGHH! – Olhei sem acreditar, quando o homem que segurava a serra, serrou a outra mão do que estava amarrado.
Senti tudo ao meu redor girar, e escurecer aos poucos, até que não estava mais consciente.

- O que te fez me escolher Lucy? – Kyle me encarava com um olhar carinhoso e terno. Brincava com minha mão, enquanto conversava comigo.
O sol se punha, e o céu tinha tonalidades fortes e maravilhosas, tornando tudo mais aconchegante, naquele final de tarde na praia.
- Eu te amo Kyle. Isso me fez escolhê-lo. – Respondi com serenidade.
Sentia o meu coração bater mais rápido, quando ele encostou levemente seus lábios nos meus. Porém algo me alertava a ter cuidado. Pois mentir para alguém que acredita piamente em você, é te fazer desacreditar em si mesmo.
Abri os olhos atordoada. Ainda estava na sala. Mas agora sabia que o homem que cortou a mão do outro, se chamava Kyle. E que ele me amava, e que eu... eu não sei.
Kyle se aproximou ao perceber que eu havia acordado. Senti meu corpo travar, com sua aproximação. Ele ficou em pé ao meu lado e passou levemente seus dedos nos meus cabelos, levando-os até minha face.
Kyle se abaixou mantendo seus olhos na linha dos meus, senti minha respiração ficar pesada. Ele me encarava com tristeza e sofrimento.
Kyle se abaixou mantendo seus olhos na linha dos meus, senti minha respiração ficar pesada. Ele me encarava com tristeza e sofrimento.
- Sabe por que eu cortei as mãos dele? – Senti um frio na minha espinha, ao ouvi-lo falar com tanta naturalidade aquela atrocidade. – Porque só quem toca em você sou eu. Você é totalmente minha.
Meus olhos se encheram de lágrimas, virei meu rosto pro lado, mas Kyle segurou meu queixo com força, me fazendo olhá-lo nos olhos.
- Eu devia cortar a sua língua. Assim você nunca mais vai beijar outro cara. – Ele sorriu friamente e tentei me esquivar quando ele tirou um canivete do bolso.
- Não, por favor, por favor. – As lágrimas caiam contra minha vontade, fazendo minha vista ficar embaçada. Tremia desesperada. – Por favor Kyle. Não faça isso comigo. Eu juro que nunca vou beijar outra pessoa. Por favor! Eu te imploro. Eu juro!
- Você já fez muitos juramentos! Onde eles estão agora? Em?! Agora só resta o meu coração devastado! É isso que resta! – Pisquei com força, tentando enxergar. Kyle soltou meu queixo, e se afastou de mim.
- Eu... como pode fazer isso, se eu nem me lembro do que aconteceu? – Perguntei com raiva, e arriscando minha língua.
- Você me traiu Lucy! Foi isso o que aconteceu! Não se faça de sonsa, eu nunca mais vou acreditar em você! Esse seu jeito meigo e infantil de ficar me olhando, você acha que vai me ter de volta? Esqueça! Eu vou matar o Fred, e vou te matar! E depois eu me mato, porque não vou saber viver sem você... – Encarei aflita o homem amarrado que estava desmaiado.
- Não acha perigoso nos encontrarmos aqui no bairro? Kyle pode descobrir... – perguntei preocupada enquanto abraçava Fred.
Havia escolhido meu vestido favorito para encontrá-lo. E pela sua expressão quando me viu, ele deve ter gostado.
- O Kyle não é uma preocupação pra mim, querida... Ter você ao meu lado me faz esquecer todos os meus problemas. – sorri feliz, enquanto Fred dava aquele sorriso encantador.
- Eu te amo... – Falei emocionada. Fred sorriu carinhoso, e encostou seus lábios nos meus.
- Não. Eu te amo.
- Quer dizer que no final das contas todos vamos morrer? – perguntei a Kyle, voltando à realidade.
- A morte é a melhor saída no nosso caso. – Kyle falou enigmático, enquanto encarávamos Fred acordar aos poucos.
Encarei Kyle que devia estar despedaçado por dentro, mas cego pelo ódio.
Fred que me encarava triste, e mudo pela dor física, por certo arrependido.
E finalmente tentei enxergar meu interior.
O que foi que eu fiz?
Meu fim é inevitável. Só não saiu como eu esperava.
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Mentir para alguém que acredita piamente em você, é te fazer desacreditar em si mesmo. |
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